by Formão Gimo
Por forma de permitir o acesso à informação disseminada durante os webinars para leitores que não dominam a língua inglesa, partilhamos agora o relatório do webinar preparado pela AQUASHARE.
Descrição do webinar
No dia 16 de Setembro realizou-se o primeiro dos cinco webinars a serem realizados até 17 de Fevereiro próximo, que contou com cerca de 80 participantes com os tutores acima referidos, com vista a criar um espaço de discussão e disseminação do conceito e conhecimento sobre A Gestão Integrada da Água Urbana (GIAU), este webinar teve como tema O Ciclo Urbano da Água. Foram abordados tópicos e conceitos-chave do ciclo urbano da água, dividindo-se o webinar em três subtemas, sendo um para cada orador como a seguir se destaca:
- Access to water and sanitation services in cities across Africa – challenges for the 21st century – Manuel Alvarinho [15 min];
- Integrated Urban Water Managment for urbanizing Maputo: bringing together water supply, sanitation and urban drainage – André Marques Arsénio [15 min];
- Urban Water Cycle and its link with Integrated Urban Water Management – Luuk Rietveld [15 min].
O webinar contou com duas seções: a primeira seção que consistia na apresentação do tema pelos oradores acima descritos; a segunda seção, a seção de dúvidas, comentários e sugestões resultantes da apresentação feita na seção anterior. Ambas as seções com uma duração aproximada de 45 minutos.
Conteúdos tratados
O tema em questão foi ricamente discutido pelos oradores e particpantes, tentou-se explorar várias opções para a implementação da GIAU em Moçambique (Maputo). Exploraram-se opções como:
-
- Aproveitamento das águas pluviais;
- Reutilização das águas residuais;
- Recarga dos aquíferos;
- Redução da demanda através de mudança de comportamento; e
- Redução de perdas nos sistemas de abastecimento.
Dos pontos destacados acima, através das apresentações feitas pelos oradores percebeu-se a priori que a Cidade de Maputo em particular ainda não tem planos rígidos virados a GIAU, e que também agrega um leque de desafios para o alcance da mesma, ou seja, ainda preocupa-se mais pelas soluções convencionais como construção de novas fontes como meio de resposta ao crescimento da demanda ao invés por exemplo, de utilização das águas pluviais e/ou residuais tratadas para fins não potáveis (produção de blocos de construção, descargas nas privadas, água para irrigação, etc.) como meio da redução do caudal captado nas fontes convencionais. Aliado a isso fora dado três princípios chaves para a GIAU a seguir dados:
- Fontes alternativas de águas;
- Adequar a qualidade da água com o devido uso;
- Integração de armazenamento da água, distribuição, tratamento, reciclagem e descargas de efluente.
Estes e outros aspetos foram desenvolvidos e discutidos , tendo-se portanto olhado mais para o caso da reutilização das águas pluviais como uma das mais importantes prioridades para a abordagem da GIAU para Maputo. Levantou-se por exemplo essa hipótese pelo facto da Cidade de Maputo ter uma área impermeável acima dos 70% o que dá uma ideia da água perdida para a drenagem.
Quanto à reutilização das águas residuais fora-se destacado esta medida como uma força motriz para o impulsionamento da GIAU particularmente para indústria e irrigação que são dos grandes consumidores de água. Para a materialização desta medida, entrou-se em consideração uma necessidade de reestruturação por exemplo do documento plano director de saneamento para a inclusão das possibilidades e delimitação da reutilização da água. A seguir apresenta-se um diagrama resumo das soluções-prioridade (por ordem de destaque na discussão) para a cidade de Maputo.
Temas mais abordados durante a seção de perguntas e respostas.
Conclusão
Espera-se que nos próximos webinars estes e outros assuntos relevantes, bem como a abordagem das soluções aqui dadas sejam aprofundadas, como é o caso por exemplo da questão de aproveitamento das águas pluviais e a recarga de aquíferos que são por si só temas isolados dos quatro (4) webinars subsequentes ao que se coloca em questão nesta síntese.
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